sábado, 30 de maio de 2009

OTH


'Nesse momento... há 6 bilhões, 470 milhões, 818 mil, 671 pessoas no mundo.
Algumas estão fugindo assustadas, algumas estão voltando pra casa, algumas dizem mentiras pra suportar o dia, outras estão somente agora enfrentando a verdade, alguns são maus indo contra o bem e alguns são bons lutando contra o mal.
Seis bilhões de pessoas no mundo, seis bilhões de almas...
E às vezes tudo que nós precisamos... é de apenas uma.'

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Faz todo sentido, vc já alguma vez pensou sobre isso?

Como um dia disse Fernando Pessoa,
"Não sou nada. 
Nunca serei nada. 
Não posso querer ser nada. 
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
 
Janelas do meu quarto, 
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é 
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
 
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente, 
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
 
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa, 
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres
 
Com a morte a pôr umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens. 
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
 
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade. 
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
 
E não tivesse mais irmandade com as coisas 
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua 
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada 
De dentro da minha cabeça,
 
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida. 

Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu. 
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
 
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora, 
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.
 

Falhei em tudo. 
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada. 
A aprendizagem que me deram,
 
Desci dela pela janela das traseiras da casa. 
Fui até ao campo com grandes propósitos. 
Mas lá encontrei só ervas e árvores, 
E quando havia gente era igual à outra. 
Saio da janela, sento-me numa cadeira.
 
Em que hei de pensar? 

Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou? 
Ser o que penso? Mas penso ser tanta coisa!
 
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos! 
Gênio? Neste momento
 
Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu , 
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
 
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras. 
Não, não creio em mim.
 
Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas! 
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo? 
Não, nem em mim...
 
Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo. 
Não estão nesta hora gênios-para-si-mesmos sonhando. 
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -
 
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -, 
E quem sabe se realizáveis,
 
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente? 
0 mundo é para quem nasce para o conquistar 
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão. 
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
 
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo, 
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
 
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda, 
Ainda que não more nela;
 
Serei sempre o que não nasceu para isso; 
Serei sempre só o que tinha qualidades;
 
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta, 
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira, 
E ouviu a voz de Deus num paço tapado. 
Crer em mim? Não, nem em nada. 
Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente 
0 seu sol, a sua chuva, o vento que me acha o cabelo, 
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha. 
Escravos cardíacos das estrelas, 
Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama; 
Mas acordamos e ele é opaco, 
Levantamo-nos e ele é alheio, 
Saímos de casa e ele é a terra inteira, 
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.
"

Partes do Poema Tabacaria, de Fernando Pessoa.
(15/01/1928)

terça-feira, 26 de maio de 2009

Tempos de Brilhantina

Saudade. Daquele tempo que a gente era só 'a gente' sem fofoca, sem intriga, sem essa saudade, e sem a distância, da época que tudo era mais calmo e tomar sorvete no fim da tarde era tão normal. Nós crescemos, e encarar isso se torna difícil cada vez que olhamos para trás, agora tudo é faculdade, trabalho, estágio, e "não posso, tenho que estudar", mas às vezes por mais inocente que este ato possa parecer e mais responsável claro, nos distanciamos mais e o beijomeliga tem se tornado a cada dia menos praticados. É muito bonito falar de amizades se perdendo e dar lição lição de moral falando que não podemos deixar isso acontecer e tudo mais. Apesar de tudo,  é fato consolidado diria meu professor, o high school acabou. Nem tudo é possível mais, seus amigos estão envolvidos em outros projetos e a 'turminha de sempre' está com novos interesses, o bom não é o suficiente mais. tudo o que consigo lembra é da fala que ouvimos toda a adolescência mas não damos importância " aproveita, porque não será assim a vida toda" definitivamente a tendência é piorar.

Tudo se acerta no final. I wish

Hey M.  Blair said it: "So just need to stop running away and contemplate the failure of my life" and you life, it's not like that don´t worry, cause all the little, and the big things, is definitely gonna be all right.